O mundo está ficando mais INCLUSIVO (texto por Marina Simeão)
Há quem diga que tenho uma visão um pouco romântica das coisas. Pode ser que sim, mas verdade seja dita: o que é belo e positivo merece ser compartilhado. E é verdade que prefiro ter essa visão “colorida” do cenário que ocupo. Isso me ajuda a ver beleza na vida, acreditar nas pessoas e esperar o melhor do futuro.
Recentemente, passei por uma experiência que me fez constatar que o mundo está mais inclusivo. Pode ser que a lei das quotas possa contribuir consideravelmente com a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas o que importa é que estamos colhendo evidências que isso está, de fato, acontecendo.
Dia desses, fui em uma loja de construção e, ao efetuar meu pagamento, o embalador me pergunta se eu já havia validado o meu ticket do estacionamento. A pergunta feita não foi por meio de palavras, foi por gesto. Eu entendi sua comunicação e sua intenção repleta de cortesia, educação e proatividade. Era uma pessoa surda.
Saindo de lá, no mesmo dia, fui até os Mercadinhos São Luiz. E me deparo com uma cena semelhante. O embalador também era surdo. A diferença? O operador de caixa conversava com ele em libras e me atendia falando verbalmente. Antes que começasse a embalar, perguntei, também por gesto, se tinha caixa de papelão para colocar minhas compras. Ele trouxe e guardou tudo. Aprendi a agradecer em libras, a ensino do rapaz bilíngue.
Saí de lá com uma sensação maravilhosa. Como é bom ver a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Me sinto verdadeiramente lisonjeada em ser atendida por um colaborador surdo, em ser cliente de uma empresa que presa pela responsabilidade social e em fazer parte de uma geração que lutou e continua lutando por um mundo mais inclusivo.
Marina Simeão.
