A educação corporativa e desenvolvimento das competências por meio de experiências pessoais dos colaboradores na pandemia

Não temeria afirmar que a era da COVID trouxe efeitos que podem ser assemelhados à entrada em uma máquina de aceleração do futuro.

Tratou-se de um momento de mudança estratosféricas, que evocou, inclusive, uma série de novos paradigmas. Mudanças de crenças e valores, época de consumo consciente, intensificação do trabalho realizado em novos espaços e educação promovida por meio de meios tecnológicos como nunca antes visto, seja por meio de plataformas quanto de redes sociais; novas formas de relações sociais e comércio, dentre tantas.

Em muitos casos tivemos de lidar com este cenário de forma improvisada e desorientada; até aos solavancos!

No contraponto, de maneira otimista, Michael Maffesoli — estudioso da pós modernidade, nos fala sobre “estruturas da modernidade” e destaca que a crise do Coronavírus abre espaço para uma cultura do sensível, valorização do presente, compartilhamento e senso de comunidade.

Ainda na linha do otimismo e extremamente alinhado às possíveis ações e oportunidades do RH, ouso chamar atenção sobre capacidades e habilidades que foram evocadas das pessoas nestes tempos de turbulência. A capacidade de gerir sua rotina com atividades domésticas e ocupacionais, atenção às atividades escolares e de lazer dos filhos e trabalho.

De início estas atividades foram conduzidas de maneira precária, mas aos poucos foram se aperfeiçoando. As pessoas descobriram as formas de fazer, delegaram, ensinaram e também ajudaram outros membros da família para que as atividades fossem concluídas; ajustaram prioridades e também o consumo para lidar com os rendimentos de forma sustentável.

Se tomarmos essas habilidades para o mundo do trabalho, podemos nominá-las de capacidade de autogestão, foco em resultados, cooperação, definição de prioridades, criatividade, adaptabilidade… Competências estas que, costumeiramente, os colaboradores nem tem a dimensão que estão desenvolvendo.

Aonde quero chegar com este raciocínio?

As pessoas, em sua maioria, possuem esta capacidade de desenvolver, transformar, transpor as habilidades citadas: adormecida ou desenvolvida pelo aprendizado forçado.

Essas são capacidades desejáveis pelas empresas, no entanto, provavelmente os colaboradores precisarão de uma “mãozinha” ou um mediador para levá-los à transpor esses aprendizados para outros espaços. E este se mostra como o papel dos gestores e profissionais de RH: ser este mediador e dar essa mãozinha.

Como nos ensina Kolb, acerca da aprendizagem do adulto, para selarmos com chave de ouro, as tarefas seguintes serão:

– Levar as pessoas a observarem de maneira reflexiva as experiências vividas;

– Criar novos conceitos sobre como essa experiência pode se relacionar aos demais contextos e novas relações;

– Viver essas habilidades e continuar o ciclo com novas aprendizagens.

Estas experiências podem se tornar um legado positivo da pandemia na medida que os profissionais de Gestão de pessoas e gestores aproveitem como oportunidade de desenvolver pessoas.

O exemplo a seguir mostra esta técnica bastante utilizada em nossos treinamentos.

Texto por Marcília Simeão. Diretora Técnica da M. Simeão — Serviços em Psicologia.

Ask ChatGPT
Set ChatGPT API key
Find your Secret API key in your ChatGPT User settings and paste it here to connect ChatGPT with your Tutor LMS website.
Romae