Parte 2 — No dia do treinamento

Retomando o que discutimos na parte 1 deste tema, levantamos 3 ideias centrais. Supondo que você tenha apenas uma hora para realizar o seu treinamento que tem como objetivo o “fortalecimento do trabalho em equipe”, levantamos:

1) Que seu treinamento é ministrado para ADULTOS e que estes adultos têm necessidades especificas para garantir o APRENDIZADO (andragogia);

3) Que o processo de aprendizagem pode iniciar ANTES DO PROCESSO DE TREINAMENTO propriamente dito por meio de um DIAGNÓSTICO;

3) E que você identificou uma SITUAÇÃO FAMILIAR significativa para o grupo e esta servirá de “mote” para o seu treinamento.

Lembrando novamente que você tem apenas uma hora para ministrar o treinamento, apresentarei a proposta de condução da ação de aprendizado distribuída por tempo.

Separe 10 minutos para apresentar ou pedir que alguém relate se já passou pela situação escolhida por você. Caso já tenha identificado previamente uma pessoa que passou por esta experiência, solicite-a que relate, por exemplo, como se deu o mutirão de construção de casas na comunidade X. Lembre-se que estamos tratando sobre fortalecimento do trabalho em equipe.

Depois de apresentado o tema, leve todo o grupo a discutir com base nas seguintes perguntas. Separe 20 minutos para esta etapa:

  • Quais comportamentos/ações das pessoas favoreceram atingir o objetivo?
  • Quais comportamentos dificultaram?
  • Quais ganhos as pessoas obtiveram com o resultado do trabalho?
  • Quais perdas as pessoas tiveram com o processo ou após o trabalho realizado?

Talvez você esteja se perguntando: Por que essas perguntas especificamente?

Veja, você apresentou a situação concreta; agora, com essas perguntas, você os levará a refletirem sobre os aspectos importantes que possibilitará que formulem conceitos sobre o fato. Formular conceitos sobre o fato significa dizer que eles perceberão que existem situações que favorecem e dificultam os resultados de um trabalho em equipe e que as pessoas obtêm ganhos com os resultados, embora tenham que fazer alguns “sacrifícios”.

Veja que tudo que você apresentaria teoricamente pode ser identificado por eles próprios. Isso é CONSTRUÇÃO COLETIVA com base em suas próprias experiências! Costuma ser bem mais significativo do que apresentar teorias soltas e distantes de suas realidades.

E se faltar algo que eles não colocaram e que é fundamental para a mudança de comportamento que você espera facilitar? Formule uma pergunta que os leve a identificar na situação ou que os leve a imaginar. Por exemplo, imaginemos que eles não tenham referido que o trabalho mal feito de alguma pessoa prejudicou o andamento do trabalho do outro e, portanto afeta o trabalho final. Faça uma pergunta que os levem a pensar sobre isto. Houve alguma situação que o trabalho teve de ser refeito? Por quê? Algum atraso por causa de alguém especificamente? Por quê? Bom destacar que aqui não se trata de identificar culpados, nem você deve se deter em alguém especificamente, mas na ação!

Outra coisa importante é a forma como você registra os dados levantados. Por exemplo. Você perguntou sobre os aspectos facilitadores e digamos que eles responderam: todos sabíamos como ficaria, ao final, a casa que estávamos construindo. Você não vai registrar exatamente isto, mas o significado que isto tem: “Conhecer o produto final”. Em seguida, deve explicar a eles porque está registrando aquilo, ou perguntar: é isto que significa? Lembre-se, VOCÊ deve ter clareza dos ELEMENTOS CONCEITUAIS que estão por trás do conteúdo que está ministrando. Isso favorece a assimilação do conteúdo e sua transposição/generalização para o ambiente de trabalho.

Todos os registros feitos, a próxima etapa é relacionar, com o dia-a-dia de trabalho, tudo que foi identificado e conceitualizado como condições e consequências de um TRABALHO EM EQUIPE CONSISTENTE. O que está presente, dessas características levantadas, em seu dia-a-dia de trabalho? O que falta? Para isto você levará mais uns 10 ou 15 minutos.

A última etapa é a pergunta de fechamento, que de preferência, todos deverão responder: “Diante do que discutimos hoje, qual contribuição você poderá oferecer/aplicar para que o trabalho em equipe se torne mais robusto em seu setor?” As respostas levam os minutos finais: 20 ou 15 minutos. E sua hora foi muito bem aproveitada!

Mas a mudança não é mágica! Com esta condução as pessoas foram afetadas cognitivamente e isto as levará a tornarem-se mais críticas em relação ao seu contexto de trabalho, caso não haja nenhuma mudança. Algumas pessoas serão afetadas afetivamente, dependendo do significado e da proximidade afetiva que tenham tido com o exemplo que você trouxe para o grupo. Mas as mudanças efetivas serão transpostas para o ambiente de trabalho, também, a partir de mudanças que não dependem delas, mas que são fundamentais para o fortalecimento do trabalho em equipe. E ai se concentrará seu esforço de educação pós- treinamento: a TRANSFERÊNCIA e CONSOLIDAÇÃO do aprendizado.

Aguardem o próximo texto! Falaremos sobre a sua intervenção após o treinamento.

Por Marcília Simeão.

Em 14/09/2016.

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