
Transformar a cultura organizacional não é um evento pontual, mas um processo estruturado e contínuo. Quero compartilhar uma experiência que conduzi de reconstrução da cultura baseada em três etapas essenciais:

Ao longo desse processo, cada fase foi cuidadosamente planejada para garantir que as mudanças fossem genuínas, sustentáveis e alinhadas ao propósito da organização.
Descongelamento: O Despertar para a Mudança
O primeiro passo foi analisar a coerência interna da organização – ou seja, compreender se o que era feito, falado e sentido estava alinhado com a identidade desejada. Esse processo envolveu três ações principais:
1. Diagnóstico da Cultura Atual
Mapeamos as práticas existentes na empresa e as compararmos com a cultura almejada. Isso incluiu entrevistas, pesquisas e observação do dia a dia organizacional.
2. Confrontação dos Valores Propagados
Nem sempre os valores divulgados representam a realidade. Por isso, questionamos quais valores realmente norteavam as decisões e identificamos elementos limitantes – políticas e práticas que estavam desalinhadas ou distorciam os princípios declarados.
3. Construção da Árvore de Valores
Criamos um mapa de comportamentos essenciais para a cultura desejada, identificando ações concretas que precisavam ser incentivadas na organização. Com essa base sólida, avançamos para a fase de reestruturação cognitiva.

Reestruturação Cognitiva: Construindo Novos Modelos Mentais
Com o entendimento claro da cultura atual e da cultura desejada, ajustamos processos estruturantes, garantindo que os sistemas internos sustentassem a transformação.
✔ Ajustamos a Avaliação de Desempenho para incorporar os novos valores e comportamentos desejados.
✔ Definimos um Fit Cultural que direcionaria o processo seletivo, garantindo que novas contratações estivessem alinhadas à identidade organizacional.
✔ Iniciamos uma série de treinamentos para consolidar a mudança e capacitar líderes e funcionários para a nova realidade.
Os treinamentos foram essenciais nessa fase. Eles não apenas reforçaram os novos valores, mas também prepararam as equipes para vivenciar a nova cultura na prática. Trabalhamos com dois eixos principais:
- Líderes como catalisadores da transformação, desenvolvendo habilidades como comunicação, feedback, autonomia e gestão da mudança.
- Funcionários como protagonistas da cultura, fortalecendo a responsabilidade, interdependência e o senso de pertencimento.
Além disso, os treinamentos foram construídos de forma dinâmica e participativa, utilizando metodologias imersivas que garantiram a assimilação e aplicação dos novos modelos mentais.
Com isso, a base para a nova cultura foi estabelecida, permitindo avançar para a fase final do processo.

Recongelamento: Sustentando a Nova Cultura
Para garantir que a transformação não fosse apenas uma iniciativa passageira, estruturamos um processo de consolidação e monitoramento contínuo.
✔ Ações de reconhecimento foram implementadas para valorizar comportamentos alinhados à nova cultura.
✔ Novas pesquisas de alinhamento de valores foram realizadas para medir a adesão e identificar possíveis ajustes.
✔ Programas continuados foram estabelecidos, incluindo a formação de Comitês de Valores, garantindo que a cultura permanecesse viva e em constante evolução.
Essa etapa foi essencial para que a mudança se tornasse parte da identidade da organização, consolidando práticas que antes pareciam distantes e transformando-as em hábitos cotidianos.

Conclusão: Cultura se Constrói Todos os Dias
Reconstruir a cultura organizacional foi um desafio, mas também uma experiência extremamente enriquecedora. Esse processo mostrou que, para sustentar mudanças culturais:
✅ É necessário confrontar a realidade atual e redefinir padrões.
✅ A transformação acontece no dia a dia, e não apenas em discursos.
✅ Treinamentos e desenvolvimento contínuo são a chave para consolidar novos comportamentos.
✅ O monitoramento e reforço constante garantem que a cultura não retroceda.
Agora, deixo uma pergunta para reflexão: Na sua organização, a cultura praticada reflete os valores que vocês realmente desejam? Se não, talvez seja hora de iniciar o seu próprio processo de transformação.
